sábado, 30 de janeiro de 2010

Sou o Águia da Noite..Tenho Alma e visão de águia...Eu sou o meu eu em você!...





Eu posso voar olhando para você...
e vc pode voar comigo!





Voe...voe..comigo...venha...

4. [Continuação]

Farquhar incumbiu o engenheiro Achilles Stenghel de chefiar o ousado empreendimento. Este mandou recrutar, nas principais cidades brasileiras e até no exterior 4.000 operários - mediante a oferta de altos salários e boas condições de trabalho - para aumentar o contigente de mão de obra, que chegou a atingir 8.000 trabalhadores, distribuídos ao longo de 372 km da ferrovia.

O trecho de Porto União a Taquaral Liso foi inaugurado em 3 de abril de 1909 pelo presidente Afonso Pena.

A estrada-de-ferro foi solenemente inaugurada em 17 de dezembro de 1910. Uma enchente ocorrida em maio de 1911 derrubou a ponte provisória, de madeira, sobre o Rio Uruguai, interrompendo seu tráfego, que só voltou a ser totalmente restabelecido quando da instalação, em 1912, da ponte de aço que se encontra em serviço até hoje.

O engenheiro Achilles Stenghel correspondeu às expectativas de Farquhar: construindo a estrada-de-ferro praticamente a poder de pás e picaretas, sem dispor de maquinários, fez a construção da ferrovia avançar a um ritmo alucinante de 516 metros por dia.

A União garantiu, por contrato, à Brazil Railway Company uma subvenção de 30 contos de réis por quilómetro construído e, ainda mais, garantiu juros de 6% a.a sobre todo o capital que fosse investido pela concessionária na obra. Como a Brazil Railway Company, contratualmente, recebia por quilómetro, cuidou de alongar ao máximo a linha, fazendo curvas desnecessárias e economizando assim em aterros, pontes, viadutos e túneis.
A companhia Brazil Railway Company, que recebeu do governo 15 km de cada lado da ferrovia, iniciou a desapropriação de 6.696 km² de terras (equivalentes a 276.694 alqueires) [4] ocupadas já há muito tempo por posseiros que viviam na região entre o Paraná e Santa Catarina. O governo brasileiro, ao firmar o contrato com a Brazil Railway Company, declarou a área como devoluta, ou seja, como se ninguém ocupasse aquelas terras [5]. A área total assim obtida deveria ser escolhida e demarcada, sem levar em conta sesmarias nem posses, dentro de uma zona de trinta quilômetros, ou seja, quinze para cada lado. [6]. Isso, e até mesmo a própria outorga da concessão feita à Brazil Railway Company, contrariava a chamada Lei de Terras de 1850 [6]. Não obstante, o governo do Paraná reconheceu os direitos da ferrovia; atuou na questão, como advogado da Brazil Railway, Affonso Camargo, então vice-presidente do Estado [7].

Essas terras foram oficialmente consideradas, pelo governo, pela Justiça do Paraná, e pela concessionária, como sendo terras devolutas e desabitadas. A realidade dos fatos era, entretanto, bem outra. Seu povoamento tivera início já no século XVIII, com o comércio de gado entre o Rio Grande do Sul e São Paulo, quando ali surgiram os primeiros locais de pouso.

Durante muito tempo os milhares de habitantes desses longínquos rincões viveram, semi-isolados, da criação extensiva de gado, da coleta de erva mate e da extração rudimentar de madeira para seu próprio consumo. A erva mate podia ser vendida na região do rio da Prata.[8]

Se por um lado não se poderá isentar, totalmente, Farquhar na culpa pelos trágicos episódios que vieram a suceder na região do Contestado - como veremos adiante - por outro lado o governo federal, ao doar à Brazil Railway Company - mediante um contrato de concessão de serviços públicos - terras que eram ocupadas há séculos por brasileiros como se fossem terra de ninguém, destacou-se como o principal causador dos graves conflitos ali ocorridos.
Enquanto houve emprego disponível na construção da ferrovia não ocorreram maiores problemas. Ao término das obras, a Brazil Railway Company, por razões que se desconhece, não cumpriu seu compromisso de pagar a viagem de volta às suas cidades de origem para os 4.000 operários que arregimentara Brasil afora. Esses, desempregados, e sem meios para retornar a seus lares, juntaram-se aos demais nativos que foram demitidos da obra e começaram a perambular pela região, carentes de meios de subsistência. Foi lançada aí a primeira semente do que acabaria se tornando a Guerra do Contestado.


[editar] Southern Brazil Lumber & Colonization Company
Terminadas as obras da estrada de ferro São Paulo-Rio Grande, Farquhar se dedica à segunda etapa de seu grande plano. Construiu um ramal ferroviário ligando Porto União à cidade de Três Barras, SC onde instalou, em 1913, a sede da Lumber, para explorar a madeira das matas ao redor da ferrovia.

A Lumber tranformou-se na maior serraria da América Latina e suas dimensões, mesmo nos padrões de hoje, são consideradas gigantescas .

A indústria madeireira ocupava uma área de 60 hectares e empregou 800 operários na sua fase inicial, número que chegaria dobrar. O complexo madeireiro se transformou em uma verdadeira cidade, com 214 casas para os empregados superiores, que dispunham de água encanada, energia elétrica, aquecimento central e água quente, proveniente das caldeiras que moviam a serraria. Até uma fábrica de gelo foi ali instalada. Para a diversão dos operários, utilizou o 3º projetor cinematográfico trazido para o Brasil, o único ao sul de São Paulo.

A Lumber de Três Barras constituía um mundo à parte nesse país. Era muito bem guardada por pistoleiros armados até os dentes, trazidos dos Estados Unidos, e que tinham ordem para atirar nos operários descontentes.
Possuia quadras de tênis para uso exclusivo dos diretores e de seus filhos. Na empresa a bandeira brasileira quase nunca era hasteada. Todo dia 4 de julho, data da independência dos Estados Unidos o feriado estadunidense era comemorado com toda a pompa e circunstância.
No museu da cidade de Três Barras ainda se pode ver um filme mudo, produzido na década de 20, que mostra uma visita de Farquhar à cidade. Idoso e simpático, já a caminho da falência, cumprimenta seus funcionários e sorri.[19]
O site oficial do Município de Três Barras, SC[9] assim descreve a ação da Lumber em sua região:
"A ação da empresa foi devastadora: toda a madeira extraída dos 180.000ha das terras do município foi vendida para a fabricação de casas nos Estados Unidos..."
"O progresso, porém, custou caro: a Lumber tinha suas próprias leis e funcionava como um território norte-americano dentro do Brasil. Pistoleiros vindos dos Estados Unidos tinham ordem de atirar nos empregados descontentes. Em 1938, Getúlio Vargas estatizou a madeireira, que tinha desviado 2.000.000 de libras esterlinas e pedira concordata. Cerca de 1.800 trabalhadores ficaram desempregados."

Bem meus Amigos.......

Trechinho meio longo;mas dá para perceber o que esteve por trás;da guerra do contestado.....quantas coisas não foram vistas....
Alguém ganhou muito com tudo isso....
NÃO FORAM OS BRASILEIROS;NEM O ESTADO DE SANTA CATARINA;QUEM FOI QUE LUCROU COM AQUELE GENOCÍDIO????
Fotos
http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs.aspx?cmm=1150993&tid=5219134272609059108&na=1&nst=1
Filme sobre o contestado.
http://o-barrigaverde.blogspot.com/search/label/Downloads
Baixem e assistam é muito bom.

Falam como se aquilo que os governantes fizeram na época fosse uma maravilha,algo que o povo brasileiro devesse se orgulhar;tirando os fatos históricos(fotos,documentos,etc)mas tudo gira do ponto de vista de que os Caboclos eram Bandidos,sinceramente é de causar inveja ao Hitler,como pode?ter gente que ainda acha heroísmo,utilizar "Aviões",metralhadoras,fuzis,soldados treinados,dinheiro público...para combater famílias,desarmadas,pobres,QUE TINHAM DIREITO LEGÍTIMO sobre aquelas terras;para na verdade entregar ao lucífer Americano;SE esse é o BRASIL QUE EU TENHO QUE ME ORGULHAR;Prefiro comer merda,tropa de filhos da puta,fascínoras,Vigaristas,bando de covardes...MAIOR VERGONHA PARA O POVO BRASILEIRO!É por isso que esse país nunca vai para frente...está assentado em cima de mentiras,falcatruas,coerção,enganos e logros.Belos heróis!!!!

ali existiu um dos primeiros cinemas do Brasil,
e tbm um dos hospitais mais modernos da América do Sul.
além de quadras de tênis, e varias areas de lazer.
Eles podiam ter feito tudo isso e mais;só que não precisavam Assassinar 20.000 pobres Almas;e no fim é de se perguntar...para quem foi construído todas essas maravilhas?
Sangue de inoscentes foi derramado;e por isso mesmo o brasil vai ter de prestar contas sempre,podem notar aquilo que é construido em cima de injustiça,não prevalece;sempre vai haver atrasos,roubos,desvios nesta República de criminosos;por isso o povo deve procurar mudar este país;Reconhecer as injustiças que foram feitas e começar uma nova nação alicerçada na fé,na justiça e na paz;iniciando para variar pela verdade,reconhecendo os erros cometidos;A guerra do contestado foi sem dúvidas UM genocídio;talvez o pior cometido em toda história da América Latina.

filmes

guerra do contestado
http://www.youtube.com/watch?v=-bG-hcjMbOM&feature=related
.
A revolta dos caboclos
http://www.youtube.com/watch?v=zFdKHffdwwI&NR=1
.
contestado-guerra de Deus e o Diabo
http://www.youtube.com/watch?v=iPx-_7FqkyU&feature=related
.
http://www.youtube.com/watch?v=tr9yz2Sudso&feature=related
>
trabalho de história
http://www.youtube.com/watch?v=ANHsHKMX044&feature=related
>

Acredito que para quem quiser pesquisar a respeito deste fato;No municipio de CANOINHAS E TRES BARRAS(sc) É possível encontrar muito material e história;o Alex poderia ajudar bastante;eu procurei colocar aqui o que poderia conhecer á respeito,mas vamos continuar debatendo e colocando mais fatos pertinentes á essa história;Gosto muito de história,porém gostaria por exemplo de poder ver muitos dos fatos contados e escritos;não pela visão oficial da época,mas tentar chegarmos mais próximo possível dos fatos reais;Acredito que a história do Brasil foi muito manipulada,existem fatos na história que são contados apenas do ponto de vista oficial;talvez seja possível chegar mais perto da verdade,dos fatos,fuçando a fundo a história oficial e o entendimento lúcido do nosso esforço mental para compreeder os fatos,sem no entando distorcer o que realmente aconteceu e possivelmente reorganizar e reestabelecer algo a respeito destes fatos que estejam mais próximos da verdade.Seria interessante se pudessemos postar nestes tópicos fotos;gravuras,enfim poderia ser muito enriquecido o debate e poderia servir para as pessoas aprenderem e gostar de história;voce poderia contar algumas coisas por exemplo sobre Hermes da fonseca,como era o comando oficial na época...

http://www.planalto.gov.br/Infger_07/presidentes/hermes_fonseca.htm
>
http://www.planalto.gov.br/Infger_07/presidentes/wenceslau_bras.htm

A Guerra do Contestado foi um conflito armado entre a população cabocla e os representantes do poder estadual e federal brasileiro travado entre outubro de 1912 a agosto de 1916, numa região rica em erva-mate e madeira disputada pelos estados brasileiros do Paraná e de Santa Catarina.
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por isso coloquei acima quem eram governo e detinham o poder de 1910 a 1918....

Hermes da Fonseca-biografia

http://www.netsaber.com.br/biografias/ver_biografia_c_366.html
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http://www.duplipensar.net/dossies/historia-das-eleicoes/presidente-hermes-da-fonseca.html
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http://pt.wikipedia.org/wiki/Hermes_da_Fonseca

Primeiras mortes

O governo brasileiro, então comandado pelo Marechal Hermes da Fonseca, responsável pela "Política das Salvações", caracterizada por intervenções político-militares que em diversos Estados do país pretendiam eliminar seus adversários políticos, sentiu indícios de insurreição neste movimento e decidiu reprimi-lo, enviando tropas para "acalmar" os ânimos.
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.><>houve crime á mando da Presidencia do Brasil;agora gostaria de ver reparação:
Como fizeram com os quilombolas.....
Porque não reconhecem agora;os direitos dos descendentes dos caboclos do contestado??
Em 28 de março de 1915,o capitão Tertuliano Potyguara parte da vila de Reinchardt com 1.085 homens em direção a Santa Maria, perdendo só em emboscadas durante o trajeto, 24 homens. Depois de vários confrontos, num deles Maria Rosa, a líder espiritual dos rebeldes, morre às margens do rio Caçador. Em 3 de abril, as tropas de Estillac e Potyguara avançam juntas e ordenadas para o assalto final a Santa Maria, onde restavam apenas alguns combatentes já quase mortos pela fome.
Em 5 de Abril, depois do grande assalto a Santa Maria, o general Estillac registra que "tudo foi destruído, subindo o número de habitações destruídas a 5.000 (...) as mulheres que se bateram como homens foram mortas em combate (...) o número de jagunços mortos eleva-se a 600. Os redutos de Caçador e de Santa Maria estão extintos. Não posso garantir que todos os bandidos que infestam o Contestado tenham desaparecido, mas a missão confiada ao exercito está cumprida". Os rebeldes sobreviventes se dispersaram em muitas cidades.
Em dezembro de 1915 o último dos redutos dos revoltosos foi devastado pelas tropas de Setembrino.

http://brazil.crl.edu/bsd/bsd/u1301/000118.html

Mensagem ao Congresso Nacional 1912 (em português)

http://brazil.crl.edu/bsd/bsd/u1301/000038.html
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http://brazil.crl.edu/bsd/bsd/u1301/000039.html
>
http://brazil.crl.edu/bsd/bsd/u1301/000040.html
>
http://brazil.crl.edu/bsd/bsd/u1301/000041.html
>
http://brazil.crl.edu/bsd/bsd/u1301/000043.html
>
http://brazil.crl.edu/bsd/bsd/u1301/000044.html
>< <
onde cita ligações com a empresa RALWEY/AMERICANA

EM 1907 ERA ESTE O MINISTRO DA GUERRA....

http://brazil.crl.edu/bsd/bsd/u2244/000010.html
>
http://brazil.crl.edu/bsd/bsd/u2244/000017.html
>
http://brazil.crl.edu/bsd/bsd/u2244/000018.html
>
Esse louco depois chegou a presidente;então entendi:o que se passava na cabeça do HERMES RODRIGUES ....A qquer custo queria essas ferrovias ,não para o desenvolvimento do país ,mas para transportar tropas militares;QUE Importava para esse fdp 20 mil almas caboclas?na pressa para seu intento,nem averiguou ele e seu estúpido governo,que o Americano :
(Percival Farquhar (Iorque, 1864 — Nova Iorque, 4 de agosto de 1953) foi um empresário estadunidense, cuja atuação na América Latina é alvo de constantes polêmicas.);estava interessado em terras;então para o Hermes militar,como presidente;queria seus trenzinhos para transportar soldados;não era muito entregar uma faixa de terras do sertão;para obter seu sonho...(um absurdo 15km para cada lado da ferrovia,para nós )para o presidente militar não era nada;......
><>< >
aliou-se com o diabo,para fazer fluir seu sonho de demente;e tem gente que diz que um animal destes é herói?quanta podridão..."o Brasil teve seu hitler",sim!
>< >
e tem mais se não me falha;no discurso dele ao congresso onde pede dinheiro para as ferrovias;no final percebi que as contas da dívida externas do brasil se agravaram justamente no governo dele;estava gastando e fazendo dívidas enormes para serem pagas no futuro...
merece ter sua foto queimada duas vezes....
O impacto desta guerra? O Assassinato de 20000 brasileiros cívis e desgraçou á vida de mais 20000;somente aqui em SC.
O governo dele;e se for ver com atenção...vejam vcs...que mais ele aprontou;brasil a fora....

No meu entender esta história está mal contada de propósito,para proteger um presidente Assassino;se a história for contada verdadeiramente;começa lá no Marechal,quando foi ministro da guerra.....Por isso que esta história vai se perdendo;porque tem gente escondendo á verdade;mas chegou a hora dos pesquisadores,historiadores cairem em cima dela;eu apenas estou apontando o caminho;mas gente mais especializada, com certeza vai fazer pular deste mato um grande achado:"um hitler tupiniquim".
Nosso "estado"quase sempre esconde as verdades,cabe realmente a nós Internautas começarmos á debulhar o terço de forma diferente que premie à verdade!
Meu interesse é sempre fazer com que os mais jovens tenham à verdade nas mãos!

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Eu hoje estou aposentado.
Participo de várias comunidades,sempre com o mesmo Espírito.
Com orgulho de nosso Estado e compromisso com à verdade!


3. [Continuação]

Em 28 de março de 1915,o capitão Tertuliano Potyguara parte da vila de Reinchardt com 1.085 homens em direção a Santa Maria, perdendo só em emboscadas durante o trajeto, 24 homens. Depois de vários confrontos, num deles Maria Rosa, a líder espiritual dos rebeldes, morre às margens do rio Caçador. Em 3 de abril, as tropas de Estillac e Potyguara avançam juntas e ordenadas para o assalto final a Santa Maria, onde restavam apenas alguns combatentes já quase mortos pela fome.
Em 5 de Abril, depois do grande assalto a Santa Maria, o general Estillac registra que "tudo foi destruído, subindo o número de habitações destruídas a 5.000 (...) as mulheres que se bateram como homens foram mortas em combate (...) o número de jagunços mortos eleva-se a 600. Os redutos de Caçador e de Santa Maria estão extintos. Não posso garantir que todos os bandidos que infestam o Contestado tenham desaparecido, mas a missão confiada ao exercito está cumprida". Os rebeldes sobreviventes se dispersaram em muitas cidades.
Em dezembro de 1915 o último dos redutos dos revoltosos foi devastado pelas tropas de Setembrino. Adeodato fugiu, vagando com tropas no seu encalço. Conseguiu, no entanto, escapar de seus perseguidores e, como foragido, ficou ainda 8 meses escondendo-se pelas matas da região. Mas a fome e o cansaço, além de uma perseguição sem trégua, fizeram com que Adeodato se rendesse. Encerrava-se então, em agosto de 1916, com a prisão de Adeodato, a Guerra do Contestado.
Adeodato foi capturado e condenado a 30 anos de prisão. Entretanto, em 1923, 7 anos após ter sido preso, Adeodato é morto pelo próprio diretor da cadeia numa tentativa de fuga.
Estatísticas do confronto
Área conflagrada: 20.000 km²
População da época envolvida na área de conflito: aproximadamente 40.000 habitantes
Municípios do Paraná, na época: Rio Negro, Itaiópolis, Timbó, Três Barras, União da Vitória e Palmas
Municípios de Santa Catarina, na época: Lages, Curitibanos, Campos Novos Canoinhas e Porto União
Conseqüências imediatas
20 de Outubro de 1916: Assinatura do Acordo de Limites Paraná-Santa Catarina, no Rio de Janeiro;
7 de Novembro de 1916: Manifestações nos municípios do Contestado-Paranaense contra o acordo;
De maio a agosto de 1917: Sublevação popular no Contestado-Paranaense, pró Estado das Missões;
Maio e junho de 1917: Ascensão e assassinato do monge Jesus Nazareno;
3 de Agosto de 1917: Homologação final do Acordo de Limites;
Setembro de 1917: Instalação dos municípios de Mafra, Cruzeiro, Xapecó e de Porto União;
1918: Reinício da colonização no Centro-Oeste Catarinense, por empresas particulares;
Janeiro e maio de 1920: Revolta política em Erval e Cruzeiro;
Março de 1921: Revolta de caboclos contra medição de terras, entre Catanduvas e Capinzal.
Mais dados importantes
Início da Guerra: outubro de 1912
Tempo da Guerra: 46 meses (out/1912 a ago/1916)
Auge da Guerra: Março-abril de 1915, em Santa Maria, na Serra do Espigão
Final da Guerra: Agosto de 1916, com a captura de Adeodato, o último líder do Contestado
Combatentes militares no auge da Guerra: 8.000 homens, sendo 7.000 soldados do Exército Brasileiro, do Regimento de Segurança do Paraná, do Regimento de Segurança de Santa Catarina, mais 1.000 civis contratados.
Exército Encantado de São Sebastião: 10.000 combatentes envolvidos durante a Guerra.
Baixas nos efetivos legalistas militares e civis: de 800 a 1.000, entre mortos, feridos e desertores
Baixas na população civil revoltada: de 5.000 a 8.000, entre mortos, feridos e desaparecidos
Custo da Guerra para a União: cerca de 3.000:000$000, mais soldados militares
A Guerra do Contestado durou mais tempo e produziu mais mortes que a Guerra de Canudos, outro conflito semelhante em terras do Brasil.
Em cinco anos de guerra, 9 mil casas foram queimadas e 20 mil pessoas mortas.
Tertuliano Potiguara
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Tertuliano de Albuquerque Potiguara (Sobral, 27 de abril de de 1873 — Rio de Janeiro, 1957) foi um General-de-divisão brasileiro.
Filho de Antonio Domingos da Silva, português de nascimento e de Rosa Cândida de Albuquerque, nasceu na Serra da Meruoca, então pertencente ao território do município de Sobral. Estudou na antiga Escola Militar do Ceará, em Fortaleza, servindo depois na Infantaria, em 1889, no Rio de Janeiro. Foi promovido a alferes em 3 de novembro de 1894, 1º tenente em 6 de junho de 1907 e a capitão em 7 de abril de 1909. Era amigo pessoal de Floriano Peixoto. Serviu na Brigada Policial da Capital Federal no posto de major, de 1910 a 1914. Foi herói da Guerra do Contestado e da Revolta da Vacina. Durante toda a I Guerra Mundial, esteve na Europa a serviço, alcançando o posto de tenente-coronel por atos de bravura praticados na França, em 30 de outubro de 1918. Foi promovido a coronel em 8 de julho de 1921, por merecimento, a General-de-brigada em 20 de janeiro de 1923 e finalmente General-de-divisão em 6 de novembro de 1926. Participou da Revolução de Julho de 1924, do lago legalista, na cidade de São Paulo, comandando a Brigada Potiguara, sob ordens do General Eduardo Sócrates, combatendo os tenentes rebelados do Exército e da Força Pública de São Paulo. Liderou os combates no bairro da Mooca. Combateu, ainda, os revoltosos da Revolução Constitucionalista de 1932, em São Paulo. Foi eleito Deputado Federal pelo Ceará na Primeira República. Ao receber pelo correio uma encomenda, sofreu um atentado ao explodir uma dinamite, arrancando-lhe um braço. Faleceu no Rio de Janeiro. Em 31 de outubro de 1974, uma rua de Fortaleza foi batizada com o seu nome.

comentários.....

"Provalvelmente,o mesmo braço que um dia ele utilizou para matar uma menina de 15 anos"
-as terras eram por justiça,daquelas famílias,e o governo CENTRALIZADOR,preferiu combater civis analfabetos para dar as terras para estrangeiros,uma vergonha para o Brasil.
-ainda na história oficial escondem o fato,que o exercito brasileiro,utilizou covardemente,"aviões",para desfolhar as florestas do contestado com 2,4d fluid americano;para vencer um punhado de caboclos,analfabetos e mal armados,depois quando chamamos eles de chimangos ainda querem arrotar.
-é por isso que sou:federalista;maragato e uso lenço colorado;porque ?tenho orgulho de ser catarinense e brasileiro.
na verdade me esforcei o máximo para que o pessoal pudesse depois de tantos anos do fato acontecido;poder ter a possibilidade de tentar esclarecer os fatos sobre esse importante fato ocorrido em nosso Estado.Para mim TENHO CERTEZA que oficialmente esconderam na época as verdadeiras razões daquele conflito;empregaram a força,na verdade contra pessoas simples,analfabetas e pobres;expulsando-as e suas familias do lugar onde viviam;tenho comigo a certeza,de que atos como estes praticados pelas forças Imperialistas(chimangos),emporcalharam a história do Brasil.Creio ser importante desmistificar e desmascarar o governo Centralista que á 511 anos ainda domina e expolia o verdadeiro povo brasileiro,sempre usando a força,a coerção e a fraude;para lograr seu êxito;na usurpação dos direitos adquiridos e dos valores máximos das pessoas produtoras de valores.
"POUCAS PESSOAS TEM ALGUMA IDÉIA OU AVALIAÇÃO DO ESFORÇO SUPREMO MORAL E EXTRAORDINÁRIAMENTE DIFÍCIL,AÇÕES ALTAMENTE INTEGRADAS QUE UM INDIVÍDUO REQUER PARA CRIAR E MANTER OS TRABALHOS DE PRODUÇÃO DE VALORES PRODUTIVOS PARA A SOBREVIVÊNCIA DE SI MESMO E DOS DEMAIS."

um dos Responsáveis pelo genocídio/contestado

Percival Farquhar
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Percival Farquhar
Nascimento 1864
Morte 4 de agosto de 1953
Percival Farquhar (Iorque, 1864 — Nova Iorque, 4 de agosto de 1953) foi um empresário estadunidense, cuja atuação na América Latina é alvo de constantes polêmicas.
Nascido numa abastada família quacre da Pensilvânia, completou seus estudos na Universidade de Yale, um dos centros da elite estadunidense, onde se formou em Engenharia.
Foi vice-presidente da Atlantic Coast Electric Railway Co. e da Staten Island Electric Railway Co., que controlavam o serviço de bondes em Nova Iorque. Foi também sócio e diretor da Companhia de Electricidade de Cuba e sócio e vice-presidente da Guatemala Railway.
Explorou negócios em Cuba e na América Central. Teve ferrovias e minas na Rússia e negociou pessoalmente com Lenin. No Brasil, explorou diversos empreendimentos ferroviários, principalmente no sul do país, além de construir o porto de Belém.
A historia de Percival Farquhar foi retratada por vários autores que divergem entre si, uns fazendo-lhe louvações, outros tecendo-lhe críticas as mais severas; esse artigo pretende representar essas contradições.
Visionário e polêmico
Visionário, controvertido, audacioso e polêmico, Farquhar tornou-se o maior investidor privado do Brasil entre 1905 e 1918. Segundo o escritor e ex-ministro Ronaldo Costa Couto, o seu império só rivalizou com o do Conde Francisco Matarazzo e com o de Irineu Evangelista de Sousa, o Visconde de Mauá.

A edição de 22 de setembro de 1912 do The New York Times, num artigo intulado Two New Yorkers Try to 'Harrimanize' South America" confirma que o sonho de Farquhar era dominar todo o transporte ferroviário da América Latina: Percival Farquhar e Dr. F. S. Pearson pretendem consolidar as ferrovias lá (na América Latina) num grande sistema transcontinetal do Canadá ao Cabo Horn.

Sua historiografia é repleta de contradições, o que torna muito difícil expurgar de sua verdadeira história todas as lendas, louvações e libelos ali contidos:

...as informações sobre Farqhuar na historiografia brasileira são totalmente desencontradas. No livro Chatô -- O Rei do Brasil, do jornalista Fernando Morais, o americano é apresentado como dono da Rio Light, da Companhia Telefônica Brasileira e de um grande número de ferrovias no Brasil, de estradas de ferro na Rússia e minas de carvão na Europa Central, além de engenhos de açúcar em Cuba. Edgard Carone, em A República Velha, diz que as empresas de Farquhar viviam de favores governamentais.
Segundo o professor Steven Topik, especialista em história do Brasil e do México, no Brasil do início do século XX, por outro lado, "apenas ocasionalmente companhias estrangeiras se tornavam tão grandes e evidentes que geravam sentimentos antitruste. As companhias às quais o empresário estadunidense Percival Farquhar estava associado, a Brazil Railroad, Amazon Steamship Line, Itabira Mining Company, and Brazilian Light and Power provocavam ira na imprensa, e por vezes nas ruas. Mas nos anos anteriores a 1930 o governo não tomou nenhuma medida para agradar a esses nacionalistas".

O professor Francisco Foot Hardman em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, declara:

Não dá para dizer que Farquhar era um satanás, mas também não podemos adotar um postura apologética, tornando-o um grande ícone do empreendedorismo...Ele era um exemplo típico do velho capitalismo internacional.
O livro que exalta seus feitos - com algumas passagens que beiram à hagiografia - é O Último Titã - Um Empreendedor Americano na América Latina - uma dissertação feita por Charles A. Gauld para a Universidade de Stanford, sob a supervisão do professor Ronald Hilton.
A Revista Exame, fazendo uma resenha desse livro, assim se manifestou:

Embora exagere na admiração ao personagem, tratando-o sempre como um capitalista iluminado e cheio de boas intenções, Charles Gauld apoiou-se numa extraordinária riqueza de documentos e fontes de informações....
É certo que criou e dirigiu inúmeros negócios na região latino-americana, incontáveis deles no Brasil. Suas atividades estavam freqüentemente ligadas a concessões governamentais e privilégios - e a garantias de juros governamentais para o capítal investido - que obtinha habilmente junto aos jovens e inexperientes governos locais, muitas vezes mediante espórtulas constrangedoras.

Destemido e arrojado financista, com grande trânsito pelo mercado de capitais da Europa, dizia-se "capaz de financiar qualquer coisa". Segundo Gauld, Farquhar "teve mais fome de terras do que qualquer personagem da história da América Latina desde o tempo dos incas".
O início da Primeira Guerra Mundial, em 1914, interrompeu sua fonte de recursos a financiamentos e o já precário império de Farquhar - que fora criado a poder de contrair dívidas sobre dívidas - altamente endividado, desmoronou-se. Suas empresas entraram em concordata em outubro de 1914. Seus financiadores perderam todo o capital investido. Farquhar acabou arruinado. Apesar disso, ainda assim se re-ergueria novamente, após o término da guerra - usando as mesmas táticas - para tornar a quebrar na crise de 1929. Após a revolução de 1930 viu seus espaços contidos, durante o governo Getúlio Vargas, e assim terminou por deixar o Brasil.

Embora a dimensão e a extensão de sua atividade econômica possam impressionar favoravelmente os menos atentos, graças às altas somas de dinheiro envolvidas, e às febris atividades - aparentemente benéficas - que desenvolveu, um exame mais acurado dos empreendimentos que Farquhar liderou no Brasil revela que, por onde passou, deixou um rastro de milhares de nativos mortos, destruições ecológicas de estados inteiros, estradas de ferro abandonadas sem qualquer manutenção, falências e bancarrotas, e até mesmo guerras civis.

TEICH, Daniel Hessel. 50 Milhões de Árvores nos Vagões da ferrovia - Maior serraria da America do Sul derrubou grande parte da floresta de araucárias. in O Estado de S. Paulo, Caderno de Economia p. B9, Três Barras - SC, 6 de Março de 2005.
Charles A. Gauld escreve:

"O gênio de Farquhar estaria mais do lado da visão e da capacidade de levantar dinheiro para expandí-las do que da administração eficiente e da economia de custos nas suas 38 empresas." (p. 301)
Ávido especulador, especulou fortemente com os papéis de suas próprias empresas. No início de 1913 Farquhar ficou sabendo que estava arruinado.

Farquhar tinha uma grande facilidade para se indispor com governantes e grupos nacionalistas. Mas as antipatias que provocava não eram totalmente sem fundamentos.

Muito empenhado e hábil na autopromoção de sua imagem, sempre se esforçou para fazer a imprensa mostrar suas ações como sendo "exemplo de um capitalista norte-americano altamente bem sucedido, um verdadeiro ícone do empreendedorismo estadunidense", razão pela qual deixou alguns admiradores.

Dentre esses destaca-se Assis Chateaubriand, Rei do Brasil, que se tornou o dono da maior rede jornalística do país. Essa amizade muito contribuiu para a ampla repercussão favorável de suas atividades. (Chateaubriand tornou-se o proprietário do O Jornal, em 1924, comprando-o com dinheiro fornecido por Farquhar, alegadamente a título de pagamento de honorários advocatícios.)
Progresso sim, mas com mordomias
Percival Farquhar acreditava que nenhum país do mundo poderia se desenvolver adequadamente sem contar com bons hotéis e cozinheiros refinados.

Para suprir essas lacunas no Brasil do ínicio do século XX, construiu em São Paulo a elegante Rotisserie Sportsman e importou, do famoso Elisée Palace Hotel de Paris, o chef Henri Galon, narra-nos Fernando de Morais, em seu livro Chatô - O Rei do Brasil .
Grand Hôtel de la Plage
Adquiriu em 1911 da firma Prado, Chaves & Cia. o controle da Companhia Balneária de Santo Amaro, empresa fundada em 1892 que, sob a liderança do Conselheiro Antonio Prado fora criada para organizar um conjunto turístico e balneário onde hoje fica o centro do Guarujá. A nova empresa de Farquhar passou a se denominar Companhia Guarujá.

Logo encomendou ao escritório técnico Ramos de Azevedo a construção de um hotel de grandes proporções a ser erguido no local onde funcionara, até 1910, o Grand Hôtel de la Plage, construído no final do século XIX por Elias Fausto Pacheco Jordão, gerente e engenheiro do grupo Prado, Chaves.

Inaugurou, em 1912, o novo Grand Hôtel de la Plage que era composto por quatro grandes edifícios, de três e quatro andares servidos por elevadores, contando com 220 apartamentos, muitos deles com terraço, de onde se desfrutava uma bela vista para o mar. Novidade para a época: todos os apartamentos dispunham de aparelhos telefônicos.

Havia um pavilhão para banhistas, com 100 cabines, um local para o exercício de ginástica suéca, duas piscinas de água doce, dois parques junto às áreas ainda florestadas, além de um jardim zoológico.

Um "pirata" da finança internacional?
Farquhar veio ao Brasil no início do século XX, logo após a primeira grande moratória da dívida externa de nosso país, renegociada com a Família Rothschild, após a assinatura do Tratado de Petrópolis, de anexação do Acre ao Brasil.

Sua chegada ao Brasil pode não ter sido um mero acidente. É provável que sua vinda tenha sido relacionada ao distrato com o Bolivian Syndicate e ao compromisso assumido pelo governo brasileiro de construir a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré. Farquhar logo se cercou de amigos importantes, como Alexandre Mackenzie e Ruy Barbosa, e usou um intermediário brasileiro para a compra da concessão de construção da Madeira-Mamoré – Joaquim Catrambi -, o qual operou como seu testa de ferro. Catrambi obteve junto ao Governo Rodrigues Alves a concessão para a construção da ferrovia em 1906 e no ano seguinte repassou-a à empresa de Farqhuar, a Madeira-Mamoré Railway Company, fundada em Boston (EUA), em agosto de 1907.

H. A. Bromberger , um jornalista francês, descreve Farquhar como sendo o resposável por:

"esse empreendimento obscuro e assombroso, anárquico e absurdo, (que) possui o poder precioso, por si mesmo, de emitir em quantidade prodigiosa títulos sobre títulos, ações sobre ações, obrigações sobre obrigações. (...) a Brazil Railway Company aparece-nos como o empreendimento o mais temerário que tenha jamais saído dum cérebro yankee..."
Já Ivan Alvesrelembra que os críticos descreviam Farquhar como:

"um pirata da finança internacional, empregado ou diretor de empresas norte-americanas... caixeiro viajante da finança internacional... Sua tentacular Brazil Railway Company controlava toda a rede ferroviária gaúcha, geria a Sorocabana, tinha interesses na Paulista, na Mogiana... obteve os direitos da Vitória Minas Gerais... passou a dirigir o Port of Para e a Companhia do Porto do Rio Grande do Sul... onde montou armazens frigoríficos, como no Rio de Janeiro. Afora isso, dispunha ainda de indústrias de papel, empresas pecuárias e de colonização, madeireiras, etc."
Controlador da Brazil Railway Company e da Southern Brazil Lumber and Colonization Co., cujas atividades de extrativismo florestal, entre outros danos, acabaram provocando a Guerra do Contestado - na qual morreram mais de dez mil brasileiros - exterminou a flora e a fauna em grandes áreas dos estados do Paraná e de Santa Catarina .

Foi também o construtor da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, cujas obras foram inteiramente pagas pelo governo brasileiro. Sua construção, iniciada em 1907 - para ligar Santo Antônio do Rio Madeira a Guajará-Mirim - com a extensão de 362 quilômetros - foi concluída em 1 de agosto de 1912. Pelo serviço executado na chamada Ferrovia do Diabo, o truste de Percival Farquhar pleiteou, do Tesouro Nacional brasileiro, um pagamento em dinheiro de 102 mil contos de réis, equivalente na época ao valor de 50 toneladas de ouro.
Brazil Railway Company
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A Brazil Railway Company foi uma empresa ferroviária brasileira que foi criada no início do século XX, mais precisamente no dia 9 de novembro de 1906. Ela expandiu-se muito ao ponto que, passados 10 anos, já controlava 11 mil km dos 23,4 mil km existentes em todo o Brasil, ou seja 47% das ferrovias brasileiras, controle esse que manteve até os meados de 1917.
Pertencia ao famoso sindicato Farquhar, liderado pelo polêmico e arrojado capitalista estadunidense Percival Farquhar, que, além de ferrovias, controlava: empresas de navegação, colonização, madeireiras, seringais, indústrias de papel, frigoríficos, hotéis, empresas de eletricidade, telefonia, portos, serviço de bondes, siderurgia, fazendas de gado, extração mineral, etc.
A Brazil Railway Co. era proprietária ou deteve o controle das estradas de ferro: Estrada de Ferro Sorocabana, Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, Estrada de Ferro Paraná, Estrada de Ferro Dona Teresa Cristina, Estrada de Ferro Norte do Paraná, Estrada de Ferro São Paulo-Rio Grande, Estrada de Ferro Vitória a Minas, Estrada de Ferro Paulista S/A, Cia. Mogiana de Estradas de Ferro, Companhie Auxiliaire des Chémins de Fer au Brésil. Além dos serviços de Bondes de Salvador, São Paulo, Belém, Rio Grande. E a Southern Brazil Lumber & Colonization Company.
Em 1917, a Brazil Railway e suas subsidiárias entram em regime de concordata, suas atividades são encampadas e passam ao controle do estado, exceto a Southern Brazil Lumber & Colonization Company, que sobrevive até 1938, quando é finalmente estatizada no governo Getúlio Vargas.
A Ferrovia do Contestado
O engenheiro João Teixeira Soares, nascido em Formiga, Minas Gerais, projetou, em 1887, o traçado de uma estrada-de-ferro entre Itararé (SP) e Santa Maria (RS), com 1.403 km de extensão, para ligar as então províncias de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul pelo interior, o que permitiria a conexão, por ferrovia, do Rio de Janeiro à Argentina e ao Uruguai[4].

Em 9 de novembro de 1889, poucos dias antes da proclamação da república brasileira, o Imperador D. Pedro II outorgou a concessão dessa estrada-de-ferro a Teixeira Soares.

Sua construção teve início em 1897, no sentido norte-sul, tendo o trecho de 264 km entre Itararé e Rio Iguaçu (em Porto União) sido concluído em 1905

Em 1908 Percival Farquhar, através de sua holding Brazil Railway Company, adquiriu o controle da Companhia de Estrada de Ferro São Paulo-Rio Grande - EFSPRG. Antevendo o enorme potencial de lucro que poderia obter com a exportação de madeira das densas florestas centenárias de araucária existentes na região (sob a copa das araucárias havia imbuias com mais de 10 metros de circunferência) - em terras que viria a receber como doação do governo federal, nos termos do contrato de concessão da ferrovia - já fundara, anteriormente, a Southern Brazil Lumber & Colonization Company, que se tornou conhecida como a Lumber.

2. [CONTINUAÇÃO]

O "santo monge" João Maria rebelou-se, então, contra a recém formada república brasileira e decidiu dar status de governo independente à comunidade que comandava. Para ele, a República era a "lei do diabo". Nomeou "Imperador do Brasil" um fazendeiro analfabeto, nomeou a comunidade de "Quadro Santo" e criou uma guarda de honra constituída por 24 cavaleiros que intitulou de "Doze Pares de França", numa alusão à cavalaria de Carlos Magno na Idade Média.
Os camponeses uniram-se a este, fundando alguns povoados, cada qual com seu santo. Cada povoado seria como uma "Monarquia Celeste", com ordem própria, à semelhança do que Antônio Conselheiro fizera em Canudos.
Convidado a participar da festa do Senhor do Bom Jesus, na localidade de Taquaruçu (município de Curitibanos), o monge vai acompanhado de cerca de 300 fiéis, e lá permanece por várias semanas, atendendo aos doentes e prescrevendo remédios.
Desconfiado com o que acontecia, e com medo de perder o mando da situação local em Curitibanos, o coronel Francisco de Albuquerque, rival do coronel Almeida, enviou um telegrama para a capital do Estado pedindo auxílio contra "rebeldes que proclamaram a monarquia em Taquaruçu"'.
Bandeira da "Monarquia Celestial". Branca com uma cruz verde, evoca os estandartes das antigas ordens monástico militares como as dos templários, por exemplo.
Primeiras mortes
Placa no Museu do Contestado, em Caçador -SC- Brasil.O governo brasileiro, então comandado pelo Marechal Hermes da Fonseca, responsável pela "Política das Salvações", caracterizada por intervenções político-militares que em diversos Estados do país pretendiam eliminar seus adversários políticos, sentiu indícios de insurreição neste movimento e decidiu reprimi-lo, enviando tropas para "acalmar" os ânimos.
Antevendo o que estava por vir, José Maria parte imediatamente para a localidade de Irani com todo o seu carente séquito. A localidade nesta época pertencia a Palmas, cidade que estava na jurisdição do Paraná, e que tinha com Santa Catarina questões jurídicas não resolvidas por conta de divisas territoriais, e acabou vendo nessa grande movimentação uma estratégia de ocupação daquelas terras.
A guerra do Contestado inicia-se neste ponto: em defesa de suas terras, várias tropas do Regimento de Segurança do Paraná são enviadas para o local, a fim de obrigar os invasores a voltar para Santa Catarina. Estamos em outubro de 1912.
Mas as coisas ocorrem bem diferente do planejado. Tem início um confronto sangrento entre tropas do governo e fiéis do Contestado no lugar chamado "Banhado Grande". Ao término da luta, estão sem vida dezenas de pessoas, de ambos os lados. Morreram no confronto o coronel João Gualberto, que comandava as tropas, e também o monge José Maria, mas os partidários do contestado tinham conseguido a sua primeira vitória.
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João Gualberto Gomes de Sá Filho nasceu na cidade do Recife, no Estado de Pernambuco, em 11 de outubro de 1874; sendo filho de João Gualberto Gomes de Sá e Júlia Bezerra Cavalcanti de Sá.
Em 26 de setembro de 1890, aos dezesseis anos de idade, ingressou na Escola Militar do Rio de Janeiro; graduando-se como alferes em 1894.
Posteriormente mudou-se para o Paraná e casou-se com Leonor de Moura Brito; passando a viver em Curitiba.
Após ser promovido a Tenente retornou ao Rio de Janeiro, formando-se engenheiro militar em 1901; passando a servir no 13º Regimento de Cavalaria do Exército Nacional (Curitiba).
Desempenhou os cargos de engenheiro da linha telegráfica Curitiba-Foz do Iguaçu; comandante (e fundador) do Tiro de Guerra Barão do Rio Branco; e Ajudante de Ordens do Comando da 5ª Região Militar.
Graduando-se também como Bacharel em Ciências Físicas e Matemáticas.
Em 1912 foi escolhido para Prefeito de Curitiba, no entanto, desistiu desse cargo para assumir o comando do Regimento de Segurança do Estado do Paraná (PMPR).
Assumiu o comando do Regimento de Segurança em 21 de agosto, comissionado no posto de Coronel.
E em 22 de outubro do mesmo ano, morreu em combate no Combate do Irani.
José Maria é enterrado com tábuas pelos seus fiéis, a fim de facilitar a sua ressurreição, já que os caboclos acreditavam que este ressuscitaria acompanhado de um Exército Encantado, vulgarmente chamado de Exército de São Sebastião, que os ajudaria a fortalecer a Monarquia Celeste e a derrubar a República, que cada vez mais acreditava-se ser um instrumento do diabo, dominado pelas figuras dos coronéis.

Mais confrontos, ataques e contra-ataques

Em 8 de fevereiro de 1914, numa ação conjunta de Santa Catarina, Paraná e governo federal, foi enviado a Taquaruçu um efetivo de 700 soldados, apoiados por peças de artilharia e metralhadoras. Estes logram êxito na empreitada, incendeiam completamente o acampamento dos jagunços, mas sem muitas perdas humanas, já que os caboclos e fiéis da causa do Contestado se refugiaram em Caraguatá, local de difícil acesso e onde já viviam cerca de 20.000 pessoas.
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Os fiéis que mudaram para Caraguatá, interior do atual município de Lebon Régis, eram chefiadas por Maria Rosa, uma jovem com 15 anos de idade, considerada pelos historiadores como uma Joana D'Arc do sertão, já que "combatia montada em um cavalo branco com arreios forrados de veludo, vestida de branco, com flores nos cabelos e no fuzil". Após a morte de José Maria, Maria Rosa afirmava receber, espiritualmente, ordens do mesmo, o que a fez assumir a liderança espiritual e militar de todos os revoltosos, então cerca de 6.000 homens.
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Maria Rosa é como ficou conhecida a personagem brasileira que foi uma das líderes da Guerra do Contestado (1912-1916).
Dizem os historiadores que, com apenas 15 anos, Maria Rosa lutou como homem nesta guerra. Considerada como uma Joana D'Arc do sertão, "combatia montada em um cavalo branco com arreios forrados de veludo, vestida de branco, com flores nos cabelos e no fuzil".
Assumiu a liderança espiritual e militar de todos os revoltosos do Contestado, então eram cerca de 6000 homens, após a morte do dito monge João Maria. Este monge santo, cujo nome era Miguel Lucena de Boaventura - ,e que também se autodenominava José Maria Agostinho, tem registro de passagem como militar no Paraná, foragido após cometer delitos.
Maria Rosa morreu em 28 de Março de 1915, da vila de Reinchardt, lutando contra o capitão Tertuliano Potyguara e um efetivo de cerca de 710 homens. Maria Rosa morreu às margens do rio Caçador.
Obtido em "http://pt.wikipedia.org/wiki/Maria_Rosa_(Contestado)"

Maria Rosa uma( Brasileira )de 15 anos....

http://pt.wikipedia.org/wiki/Brasil
De março a maio outras expedições foram realizadas, porém todas sem sucesso. Em 9 de março de 1914, embaladas pela vitória de Taquaruçu, que tinham destruído completamente, as tropas cercam e atacam Caraguatá, mas aí o desastre é total. Fogem em pânico perseguidos pelos revoltosos. Esta nova vitória enche os contestadores de ânimo. O fato repercute em todo o interior, trazendo para o reduto ainda mais pessoas com interesses afins, mas também atinge em cheio ao governo e aos órgãos legalmente constituídos.
Como cada vez mais pessoas engajavam-se abertamente ao movimento, piquetes foram formados pelos fiéis para o arrebanhamento de animais da região a fim de suprir as necessidades alimentícias do núcleo de Caraguatá. São então fundados os redutos de Bom Sossego e São Sebastião. Só neste último se aglomeravam cerca de 2.000 pessoas.
Além de colocar em prática técnicas de guerrilha para a defesa dos ataques do governo, os fanáticos passaram ao contra-ataque. Em 2 de setembro, lançaram um documento que intitulou-se "Manifesto Monarquista", deflagrando-se, a partir de então, o que chamavam de a Guerra Santa, caracterizada por saques e invasões de propriedades de coronéis e por um discurso que exigia pobreza e cobrava exploração ao máximo da República.
Invadiam as fazendas dos coronéis tomando para si tudo o que precisavam para suprir as necessidades do reduto. Além disso, amparados nas vitórias que tiveram, atacaram várias cidades, como foi o caso de Curitibanos, onde os alvos eram invariavelmente os cartórios, locais onde se encontravam os registros das terras que antes a eles pertenciam. Não bastasse isso, num outro ataque na localidade de Calmon, destruíram completamente a segunda serraria da Lumber, uma das empresas que vieram de fora para explorar a madeira da faixa de terra de 30 quilômetros (15 quilômetros de cada lado) às margens da ferrovia.

o(des) controle começa a mudar de lado....

Com a ordem social cada vez mais caótica na região, o governo central designa o general Carlos Frederico de Mesquita, veterano de Canudos, para comandar uma ação contra os rebeldes. Inicialmente tenta, sem êxito, um acordo para dispensar os revoltosos; a seguir ataca duramente Santo Antônio, obrigando os rebeldes a fugir. O reduto de Caraguatá, que antes vira as tropas do governo fugirem perseguidas por revoltosos, tem agora de ser abandonada às pressas pelos mesmos revoltosos devido a uma grande epidemia de tifo. Considerando, equivocadamente, dispersos os revoltosos, o general Mesquita dá a luta por encerrada.
Mas a calmaria terminaria logo. Os revoltosos rapidamente se reagrupam e se organizam na localidade de Santa Maria, interior norte do município de Lebon Régis, intensificando os ataques: tomam e incendeiam a estação de Calmon; dizimam a vila de São João (Matos Costa), atacam Curitibanos e ameaçam Porto União da Vitória, cuja população abandona a cidade em desespero.
Os boatos chegam até Ponta Grossa e dizem que os revoltosos e seu exército pretendem marchar até o Rio de Janeiro para depor o Presidente. Os rebeldes já dominam, nesta altura dos acontecimentos, cerca de 250 km² da região do Contestado.
Placa no local onde, em janeiro de 1914, o exército brasileiro construiu o Campo da Aviação de Rio Caçador.
O governo federal joga uma outra, e ainda mais dura, cartada: nomeia o general Fernando Setembrino de Carvalho para o comando das operações contra os Contestadores. Este chega a Curitiba em setembro de 1914, chefiando cerca de 7.000 homens, com ordes de sufocar a rebelião e pacificar a região a qualquer custo. Sua primeira providência foi restabelecer as ligações ferroviárias e guarnecer as mesmas de novos ataques.
Nas proximidades da ferrovia, o exército brasileiro construiu o Campo da Aviação de Rio Caçador, onde hoje existe o município homônimo. Como apoio de operações de guerra, pela primeira vez na história da América Latina foram usados dois aviões para fins de reconhecimento. Em um acidente durante as operações, morreu o Capitão Ricardo Kirk, primeiro aviador militar do Brasil.
Astutamente, Setembrino enviou um manifesto aos revoltosos no qual garantia a devolução de terras para quem se entregasse pacificamente. Garantia também, por outro lado, um tratamento hostil e severo para quem resolvesse continuar em luta contra o governo.
Com o passar do tempo, general Fernando Setembrino de Carvalho adotou uma nova postura de guerra, evitando o combate direto, que era o que os revoltosos esperavam e para o que estavam se preparando, optando, pelo contrário, por cercar o reduto dos fanáticos com tropas por todos os lados, evitando que entrassem ou saíssem da região onde estavam. Para isto, o general dividiu seu efetivo em quatro alas com nomes dos quatro pontos cardeais e, gradativamente, foi avançando e destruindo qualquer resistência que encontrasse pelo caminho.
Com esta nova estratégia, rapidamente começou a faltar comida nos acampamentos dos revoltosos. Isto teve como conseqüência imediata a rendição de dezenas de caboclos. Contudo, a maioria dos que se entregavam eram velhos, mulheres e crianças - talvez uma contra-estratégia dos fiéis para que sobrasse mais comida aos combatentes que ficaram para trás e que ainda defenderiam a causa.
Neste ponto da guerra do Contestado, começa a se destacar a figura de Deodato Manuel Ramos, vulgo "Adeodato", considerado pelos historiadores como o último líder dos Contestadores. Adeodato transfere o núcleo dos revoltosos para o vale de Santa Maria, que contava ainda com cerca de 50.000 homens. Só que aí, à medida que ia faltando o alimento, Adeodato passa a revelar-se cada vez mais autoritário, não aceitando a rendição. Aos que se entregavam, aplicava sem dó a Pena de morte.
Cerco fechado, sem pressa e deixando os revoltosos nervosos lutarem contra si mesmos, em 8 de Fevereiro de 1915 a ala Sul, comandada pelo tenente-coronel Estillac, chega a Santa Maria. De um lado as forças do governo, bem armadas, bem alimentadas, de outro, rebeldes também armados, é verdade, mas famintos e sem ânimo para resistir muito tempo. A luta inicial é intensa e, à noite, o tenente-coronel ordena a retirada, afinal, já contabilizara só no seu lado 30 mortos e 40 feridos. Novos ataques e recuos ocorreram nos dias seguintes.

1. Guerra do contestado....vamos contar essa história

Guerra do contestado....vamos contar essa história

>vamos falar sobre esse fato;
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Esclarecer dúvidas....
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A Guerra do Contestado foi um conflito armado entre a população cabocla e os representantes do poder estadual e federal brasileiro travado entre outubro de 1912 a agosto de 1916, numa região rica em erva-mate e madeira disputada pelos estados brasileiros do Paraná e de Santa Catarina.
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Originada nos problemas sociais, decorrentes principalmente da falta de regularização da posse de terras, e da insatisfação da população hipossuficiente, numa região em que a presença do poder público era pífia, o embate foi agravado ainda pelo fanatismo religioso, expresso pelo messianismo e pela crença, por parte dos caboclos revoltados, de que se tratava de uma guerra santa.
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ANTECEDENTES
Ação judicial de Santa Catarina contra o Paraná em 1900, por limites
Decisões judiciais do STF pró-Santa Catarina em 1904, 1909 e 1910
Revolta do ex-maragato Demétrio Ramos na zona do Timbó, em 1905 e 1906
Construção da Estrada de Ferro São Paulo–Rio Grande, de 1908 a 1910
Criação dos municípios de Canoinhas, Itaiópolis e Três Barras em Santa Catarina, e de Timbó no Paraná.
Instalação da Southern Brazil Lumber & Colonization em Calmon (1908) e em Três Barras (1912)
Construção do Ramal de São Francisco, a partir de 1911
1911: Revolta do ex-maragato Aleixo Gonçalves de Lima em Canoinhas
1910-1912: Questão de terras da fazenda Irani e da Cia. Frigorífica e Pastoril
Combate no Banhado Grande, em Irani, em outubro de 1912
1911: Escrituração de glebas de terras devolutas do Contestado para a EFSPRG
Disputas pela exploração dos ervais - concessões de Estados e Municípios
Vendas suspeitas de terras no Contestado, do Estado para especuladores – bendegós
Disputas eleitorais entre os coronéis da região pelos domínios políticos nos municípios
Espírito guerreiro do Caboclo Pardo (Revolução Farroupilha e Revolução Federalista)
Religiosidade: messianismo, misticismo e fanatismo da população cabocla
Ideologia nacionalista – civilismo na República – construção de exército
Para entender-se bem a guerra sertaneja , é preciso voltar um pouco no tempo e resgatar o valor da figura de três monges da região. O primeiro monge que galgou fama foi João Maria, um homem de origem italiana, que peregrinou pregando e atendendo doentes de 1844 a 1870. Fazia questão de viver uma vida extremamente humilde, e sua ética e forma de viver arrebanhou milhares de crentes, reforçando o messianismo coletivo. Sublinhe-se, porém, que não exerceu influência direta nos acontecimentos da Guerra do Contestado que ocorreria posteriormente. João Maria morreu em 1870, em Sorocaba, Estado de São Paulo.
João Maria é o nome pelo qual ficaram conhecidos vários monges que passaram pela região sul do Brasil no final do século XIX e primeira metade do século XX. Tinham o caráter de curandeirismo ou de messianismo.
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Apesar de serem três, o povo, através de suas lendas e folclore, uniu-os em um único, popularmente conhecido como São João Maria, que era considerado, na época, o “monge dos excluídos”. Os dois estão historicamente unidos de tal forma, que muitas vezes se torna difícil separar os feitos e a vida de cada um. Os três tinham em comum o fato de terem vivido em épocas de grandes mudanças sociais, em que a assistência médica e o conhecimento tinham pouca penetração no interior do país, em que o aconselhamento embasado na religião, a cura através de ervas e águas, e os milagres eram os únicos recursos acessíveis a uma população carente e pouco assistida. A população humilde encontrava neles apoio e soluções para enfrentar a penúria e a desesperança.
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João Maria D’Agostini
O primeiro deles, o monge João Maria d’Agostinho, era imigrante italiano, e residiu um tempo em Sorocaba (SP), mudando-se em seguida para o Rio Grande do Sul, onde viveu entre os anos de 1844 e 1848, nas cidades de Candelária, no morro do Botucaraí, e Santa Maria, no Campestre. Introduziu nessa região o culto a Santo Antão, que é considerado o “pai de todos os monges”, cuja festa continua até os dias atuais, comemorada em 17 de janeiro. A região do Campestre passou a ser chamada, desde então, de Campestre de Santo Antão. Sua prisão foi decretada em 1848, pelo General Francisco José d’Andréa (Barão de Caçapava), mediante o temor de levantes e concentrações populares que começavam a ser comuns naquela região, e o monge foi proibido de voltar ao Rio Grande do Sul. Refugiou-se na Ilha do Arvoredo (SC), depois na Lapa (PR), na serra do Monge, e em Lages (SC), desaparecendo em seguida, misteriosamente. Os historiadores defendem que o monge João Maria morreu em Sorocaba, em 1870.

João Maria de Jesus
O segundo monge, João Maria de Jesus, surgiu também misteriosamente, no Paraná e Santa Catarina, tendo vivido entre os anos de 1886 e 1908, havendo, na ocasião, uma identificação com o primeiro, de quem utilizava os mesmos métodos, com curas através de ervas, conselhos e águas de fontes. Acredita-se que seu verdadeiro nome seria Atanás Marcaf. Em 1897, diria: "Eu nasci no mar, criei-me em Buenos Aires, e faz onze anos que tive um sonho, percebendo nele claramente que devia caminhar pelo mundo durante quatorze anos, sem comer carne nas quartas-feiras, sextas-feiras e sábados, e sem pousar na casa de ninguem. Vi-o claramente[1]". Há controvérsias sobre seu desaparecimento, segundo alguns historiadores por volta de 1900, e segundo outros por volta de 1907 ou 1908. A semelhança entre os dois primeiros monges é tão grande, que o povo os considerava um só. Num dos retratos da época, considerado como sendo do santo, há a legenda “João Maria de Jesus, profeta com 188 anos[2]”

José Maria
O terceiro monge, José Maria, surgiu em 1911, em Campos Novos (SC), e foi, segundo alguns historiadores, um ex-militar. Segundo um laudo da polícia de Vila de Palmas, no Paraná, seu verdadeiro nome era Miguel Lucena de Boaventura, e era um soldado desertor condenado por estupro. Dizia ser irmão do primeiro monge e adotou o nome de João Maria de Santo Agostinho. Utilizava, também, os mesmos métodos de cura dos primeiros, com ervas e água, mas, ao contrário do isolamento de seus antecessores, organizava agrupamentos, fundando os “Quadros Santos”, acampamentos com vida própria, e os “Pares de França”, uma guarda especial formada por 24 homens que o acompanhavam. A região onde atuava era palco de disputas por limites e, sob a alegação de que o monge queria a volta da monarquia, foi pedida a intervenção do Governo Estadual de Santa Catarina, o que foi entendido como uma afronta pelo Governo do Paraná, que enviou uma força militar para a região. A força militar chefiada pelo coronel João Gualberto Gomes de Sá invadiu o “Quadro Santo” de Irani (SC), e morreram no combate tanto o monge João Maria quanto o coronel, o que determinou o fim do ciclo dos monges e a eclosão franca da Guerra do Contestado.

Lendas
Há muitas histórias sobre a origem do monge, todas de tradição popular. Uma delas refere que sua cidade de origem teria sido Belém, na Galiléia, e que abandonara a religião para se casar com uma moura e para combater o exército expedicionário francês. Sendo feito prisioneiro, após a morte de sua esposa fugiu e teve a visão do apóstolo Paulo, que o mandou peregrinar durante 14 anos (ou 40 anos, em outra versão) pelo mundo, retornando assim ao cristianismo.
Outra lenda refere que o monge teria sido um criminoso, que teria seduzido uma religiosa, a qual falecera na viagem para a América, e sua penitência seria vagar solitário pelos sertões.
Outra lenda defende que o monge era um apátrida, nascido no mar, de pais franceses, tendo sido criado no Uruguai.
Contam-se lendas, também, de que podia estar em dois lugares diferentes, podia estar orando em sua gruta e ao lado de um doente que invocava por ele; que podia ficar invisível aos seus perseguidores; que podia atravessar a pé sobre as águas dos rios; que suas cruzes cresciam 40 dias após o monge tê-las levantado; que o monge era imune aos índios e feras; que fazia surgir nascentes nos lugares onde dormia.
As curas são constantes em suas lendas. Teria feito muitas curas com infusões de uma planta chamada vassourinha e com rezas. Há uma lenda de que João Maria teria debelado uma epidemia de varíola na cidade de Mafra, na ocasião ainda um bairro pertencente ao município de Rio Negro, afastando a doença com rezas e com 19 cruzes plantadas como Via Sacra pela cidade. O monge João Maria teria chegado em Mafra em 1851 e encontrara a população sob o sofrimento da Guerra dos Farrapos e da epidemia de varíola. Recomendou que 19 cruzes (alguns historiadores defendem que seriam 14 cruzes) fossem erguidas entre a Capela Curada e a Balsa - Ponte Metálica. As tropas vindas do sul foram derrubando essas cruzes e, a única que sobrou foi a da Praça Hercílio Luz, cuja fixação foi em 30 de Junho de 1851 e representa a fé do catolicismo rústico do homem simples
da região. Ainda hoje existe essa cruz na praça de Mafra, conhecida popularmente como a “Cruz de São João Maria”, e que, segundo a lenda, não pode ser retirada, com o risco de causar a enchente do rio Negro, o qual separa as cidades vizinhas de Rio Negro e Mafra.
Há lendas de que o monge teria feito, também, diversas previsões, inclusive sobre os futuros trens e aviões: "Linhas de burros pretos, de ferro, carregarão o pessoal" e "gafanhotos de asas de ferro, e estes seriam os mais perigosos porque deitariam as cidades por terra".
Há também diversas lendas sobre seu desaparecimento. Conta uma delas que ele terminou sua missão no morro do Taió (SC), outra que morreu de velhice em Araraquara (SP), ou que foi encontrado agonizante próximo aos trilhos da estrada de ferro perto de Ponta Grossa.
A crença mais difundida é, no entanto, que não teria morrido. Após jejuar por 48 horas no morro do Taió, o monge teria sido levado por dois anjos para o céu. Em outra hipótese, seu corpo teria se envolvido em luz tão forte que o fez desaparecer, deixando uma marca vermelha no chão, que os incrédulos confundiam com sangue.
Como ninguém conhecia ao certo a sua origem, como aparentava uma vida reta e honesta, não lhe foi difícil granjear em pouco tempo a admiração e a confiança do povo. Um dos fatos que lhe granjearam fama foi a presunção de ter ressuscitado uma jovem (provavelmente apenas vítima de catalepsia patológica). Supostamente também recobrou a saúde da esposa do coronel Francisco de Almeida, acometida de uma doença incurável. Com este episódio, o monge ganha ainda mais fama e credibilidade ao rejeitar terras e uma grande quantidade de ouro que o coronel, agradecido, lhe queria oferecer.
A partir daí, José Maria passa a ser considerado santo: um homem que veio à terra apenas para curar e tratar os doentes e necessitados. Metódico e organizado, estava muito longe do perfil dos curandeiros vulgares. Sabia ler e escrever e anotava em seus cadernos as propriedades medicinais das plantas encontradas na região. Com o consentimento do coronel Almeida, montou no rancho de um dos capatazes o que chamou de farmácia do povo, onde fazia o depósito de ervas medicinais que utilizava no atendimento diário, até horas tardias da noite, a quem quer que o visitasse.
Os confrontos se iniciam
Madeira, uma das riquezas exploradas nas margens da ferrovia do ContestadoApós a conclusão das obras do trecho catarinense da estrada de ferro São Paulo-Rio Grande, a companhia Brazil Railway Company, que recebeu do governo 15 km de cada lado da ferrovia , iniciou a desapropriação de 6.696 km² de terras (equivalentes a 276.694 alqueires) ocupadas já há muito tempo por posseiros que viviam na região entre o Paraná e Santa Catarina. O governo brasileiro, ao firmar o contrato com a Brazil Railway Company, declarou a área como devoluta, ou seja, como se ninguém ocupasse aquelas terras. "A área total assim obtida deveria ser escolhida e demarcada, sem levar em conta sesmarias nem posses, dentro de uma zona de trinta quilômetros, ou seja, quinze para cada lado". Isso, e até mesmo a própria outorga da concessão feita à Brazil Railway Company, contrariava a chamada Lei de Terras de 1850 . Não obstante, o governo do Paraná reconheceu os direitos da ferrovia; atuou na questão, como advogado da Brazil Railway, Affonso Camargo, então vice-presidente do Estado .
Esses camponeses que viram o direito às terras que ocupavam ser usurpado , e os trabalhadores que foram demitidos pela companhia (1910), decidiram então ouvir a voz do monge José Maria, sob o comando do qual organizaram uma comunidade. Resultando infrutíferas quaisquer tentativas de retomada das terras - que foram declaradas "terras devolutas" pelo governo brasileiro no contrato firmado com a ferrovia - cada vez mais passou-se a contestar a legalidade da desapropriação. Uniram-se ao grupo diversos fazendeiros que, por conta da concessão, estavam perdendo terras para o grupo de Farquhar, bem como para os coronéis manda-chuvas da região.